Deni Zolin

UFSM anuncia que deixou a gestão do Geoparque Quarta Colônia. Condesus responde

UFSM anuncia que deixou a gestão do Geoparque Quarta Colônia. Condesus responde

Após um desacerto entre integrantes da UFSM e prefeitos da Quarta Colônia, o reitor da Federal, Luciano Schuch, publicou nota nesta sexta (10) em que anuncia a saída da universidade da gestão do Quarta Colônia Geoparque Mundial da Unesco. A nota foi em resposta a um ofício do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus-QC), que, em 30 de outubro, havia informado a UFSM de que haveria uma alternância na gestão do geoparque, com o Condesus passando a assumir a coordenação do geoparque em novembro, e a universidade virando vice-coordenadora.

 
Na nota (veja aqui a íntegra), o reitor fez um longo retrospecto de todo o trabalho da UFSM para apoiar a região na criação do geoparque e também de inscrevê-lo para tentar receber o selo da Unesco. 


Veja um trecho da nota da UFSM: “Esta instituição federal de ensino superior investiu, entre bolsas, transportes, diárias, passagens, material gráfico e dedicação de seus servidores, de 2019 a 2023, um montante aproximado de R$ 9,950 milhões na estratégia do Geoparque Quarta Colônia. Pelo caráter científico da certificação de um território como geoparque, equipes da UFSM elaboraram todos os textos do dossiê de candidatura, realizaram o preenchimento de todas as planilhas pertinentes, e realizaram também a tradução dos textos para o inglês, idioma oficial da candidatura. Além disso, a UFSM, no âmbito da direção do geoparque, das comissões e de outras instâncias decisórias e de aconselhamento, sempre primou pelo diálogo (...). Entretanto, o Condesus-QC, por meio do ofício, unilateralmente e sem motivos, sem buscar uma via de diálogo, decidiu por retirar a UFSM da direção do Geoparque. A UFSM respeita o conteúdo do ofício do Condesus e, dessa forma, neste momento, retira-se da governança do Quarta Colônia Geoparque. Ações de pesquisa e extensão individuais, de servidores da UFSM, seguirão ocorrendo e provendo a Quarta Colônia de conhecimento científico e de iniciativas, visando ao seu desenvolvimento econômico, social e humano.”


Condesus quer manter a parceria com a UFSM


O prefeito de São João do Polêsine e presidente do Condesus, Matione Sonego, comentou à coluna sobre a decisão da UFSM.

 
– Primeiro, foi surpresa para nós a universidade divulgar nota pública sem ter conversado pessoalmente, até porque somos parceiros de longa data, construímos juntos a certificação do geoparque. Não fomos comunicados. Segundo, porque tinha reunião já agendada para terça na UFSM. Estranhamos a nota sair antes da reunião, então já está decidido. Nós, em momento algum, estamos excluindo a UFSM, reconhecemos a importância da universidade, estamos abertos a manter a parceria com a UFSM e qualquer outra universidade. Fomos parceiros no programa Progredir, em que foi intermediado pelo Condesus para conseguir as verbas – disse Sonego, que ressaltou que ele falava em nome dos nove prefeitos.


Segundo ele, desde a ida ao Marrocos, onde foi recebido o selo Unesco, a UFSM deixou de atuar no comitê gestor do geoparque:

– Não pedimos o desligamento, mas sempre falamos em alternância de coordenação e vice-coordenação. No início, foi opção do Condesus de ficar com a vice-coordenação. Agora, o comitê, do qual fazem parte representantes do Condesus, do turismo da região, da sociedade, dos empreendedores e da universidade (que não foi mais nas reuniões), decidiu alternar e passar a coordenação ao Condesus e a vice-coordenação à UFSM. Não é demérito ou rebaixamento, é questão democrática de parceria. Não entendemos o porquê essa retirada da universidade para cortar relações na gestão do geoparque. Reconhecemos o trabalho da UFSM, respeitamos a instituição e sempre respeitaremos. Estamos dispostos em manter a parceria com a UFSM. As ações do geoparque continuarão, e aa região estará aberta para trabalhos científicos da UFSM e outras.

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